Aprender a ouvir pode ajudar no Marketing Pessoal.
A audição é um dos nossos principais sentidos, é ela que primeiro nos dá o sinal de alerta quando estamos correndo algum risco.
Mesmo dormindo, o ouvido fica em constante vigília, embora os sons passem despercebidos por nós durante o sono. A audição é tão importante para o ser humano, que a utilizamos ainda no ventre materno a partir da décima sexta semana de gestação.
A ciência garante que o bebê ouve cada movimento da mãe, barulhos externos são percebidos pelo ouvido do feto, música e instrumentos musicais são captados e parcialmente processados pelo ainda diminuto cérebro em formação.
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Se o som das palavras precisa de um decodificador preestabelecido, ao qual só teremos acesso por meio da convivência no dia a dia com as pessoas que nos cercam ou por meio da alfabetização, as emoções certamente dispensam os códigos.
Não há nenhuma intenção até aqui de desenvolver uma nova teoria sobre como os fetos percebem o mundo, mas apenas ratificar a necessidade que temos de aprender a ouvir, uma vez que essa capacidade pode melhorar nossa imagem profissional.
Esse aprendizado é um exercício diário que demanda esforço, autocontrole e uma dose de interpretação do ambiente no qual estamos inseridos.
Se os códigos que desenvolvemos durante a vida nos ajudam na tradução do que ouvimos, o controle sobre nossas emoções nos dará a dimensão exata do momento de concordar ou discordar a respeito de assuntos de relevância para nossa vida profissional ou de expor nossas ideias.
Uma crônica de Rubem Alves, poeta de Boa Esperança, Minas Gerais, diz no início do texto o seguinte: “O ato de ouvir exige humildade de quem ouve“.
E a humildade está nisso: saber, não com a cabeça, mas com o coração, que é possível que o outro veja mundos que nós não vemos.
Mas isso, admitir que o outro vê coisas que nós não vemos, implica reconhecer que somos meio cegos…”.
Ouvir é acima de tudo um ato de desprendimento; assim, se queremos ou precisamos crescer profissionalmente temos de ter em mente que não conseguiremos atingir esse objetivo se ignorarmos o pensamento ou opinião do outro, que podem ser opostos aos nossos e mesmo assim estarem corretos.
Ouvir é mais do que um ato autônomo ou robotizado, é uma habilidade entre tantas que precisamos desenvolver.
Diferentemente do que ocorre com a visão, que faz uso das pálpebras para interromper aquilo que não queremos ver, os ouvidos são desprovidos desse mecanismo de bloqueio, embora tenha de sobra barreiras psicológicas para fazê-lo quando dizemos, por
exemplo, “eu ouço, mas não assimilo”, “escuto, mas não ligo”, “o que foi dito não me interessa”, “ele não sabe o que está dizendo”. E por aí seguem as desculpas que usamos para justificar o que não estamos dispostos a ouvir.
Nesse sentido, não podemos permitir que a fala do nosso interlocutor seja contaminada por pensamentos que muitas vezes são nossos e não dele.
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Isso cria um ruído tão grande na comunicação que pode comprometer nosso desempenho profissional em ocasiões nas quais o discurso tem um peso maior do que qualquer imagem que possa ser criada para traduzir uma ideia.
As discordâncias são inerentes ao processo de negociação e fazem parte das relações profissionais, assim como da nossa vida cotidiana. Portanto, saber lidar com elas é o segredo do sucesso ou do fracasso de uma negociação baseada apenas nas palavras.
A nossa capacidade de reinventar nas mais variadas situações é enorme e, quanto mais isso acontece, mais aprendemos.
Não se quer vender aqui a ideia de que aprender a ouvir é uma ação isolada ou que tenha um único jeito de fazê-lo, ouvir faz parte de toda uma cadeia dentro do processo de comunicação, que é uma via de mão dupla: se falo de um lado, preciso me certificar se o lado oposto se sente ouvido também, se não sei ouvir, certamente não saberei me expressar corretamente.
Desse modo, quanto mais apurado for esse sentido, melhor será o meu desempenho.
Só para não nos esquecermos do objetivo deste artigo, cabe lembrar que estamos focados em Marketing Pessoal, portanto a clareza das ideias nesse processo é fundamental, bem como regras precisam ser respeitadas, e ouvir é uma delas.
Neste momento, somos um produto na gôndola do supermercado, que pode ser visto e comprado ou simplesmente ignorado, o que seria péssimo para nossa carreira.
Ninguém pensa no Marketing Pessoal para agradar uma pessoa especificamente sob o risco de, se assim agir, tornar-se um profissional medíocre, pois sobreviver em uma carreira significa ser visto positivamente por muitos e aceito pela maioria, essa é a fórmula perfeita.
Entretanto, segundo meu entendimento, o objetivo do Marketing Pessoal não deve ser a unanimidade e nem ela representa o mundo perfeito ideal. Aliás, normalmente, quando todos precisam concordar com suas ideias, gera-se uma situação estressante. O contraponto é necessário e muito importante, pois nos mostra diferentes maneiras de ver a mesma coisa, e isso amplia nossas possibilidades de crescimento e aperfeiçoamento.
Fazer-se ouvir significa antes de mais nada estar atento a que os outros dizem, elaborar o que e como está sendo transmitido um pensamento, com direito a todas as nuances da fala de seu interlocutor, o qual, por exemplo, pode ser suave nas palavras e agressivo nos gestos. Isso ocorre porque não falamos apenas por meio da voz, mas dos gestos, do olhar, do corpo.
Quando olhamos para cima durante uma conversa, podemos demonstrar, por exemplo, falta de interesse no assunto, distração ou reflexão, um simples balançar de cabeça pode nos encorajar ou nos reprovar em questão de segundos, portanto palavras sem gestos dizem muito pouco. Desse modo, construir uma imagem positiva vai muito além das palavras, uma vez que a linguagem corporal confere credibilidade a elas.
A eficácia do Marketing Pessoal depende de muitos fatores, e cada um deles tem características muito peculiares. Se houvesse uma fórmula pronta, seria o ideal, mas ela não existe, porque o sucesso dessa estratégia depende da empatia entre as pessoas que reagem de formas diferentes diante dos mesmos estímulos.
Vários são os caminhos na busca do sucesso na carreira, mas todos eles certamente em algum momento irão cruzar a nossa capacidade de ouvir. Logo, para obter êxito nas relações e atividades profissionais, saber ouvir é um requisito fundamental.